terça-feira, 15 de maio de 2012

Poesias de Mário da Silva Brasil


Poesias de Mário da Silva Brasil

Desde julho de 2008 venho veiculando neste blog algumas poesias do meu bisavô Mário da Silva Brasil, as quais foram escritas em sua grande maioria na década de 1910, na cidade de Porto Alegre.Muitas delas foram publicadas nos jornais da época, já outras ficaram registradas em seu caderno.

Para que as obras de Mário da Silva Brasil não fiquem no esquecimento, disponibilizo mais uma de suas poesias, preservando-se a escrita da época:
 Dever 
Amar?! Para que amar sem ser amado
Si o amor é illusão, sonho, chiméra,
Para quem já me foi muito sincera
E, hoje em dia, me tem abandonado?!

Para que volvo às cinzas do passado
Si ainda vejo florida a primavera
Viçosa de meus annos? Nem quizéra
Rever o que já tenho atraz deixado,

Si não fôra autolhar a cada instante
Aquella que jurou-me ser constante,
E que ingrata me foi, em realidade,

Esquecel-a é um dever, e com razão,
Pois tenho agora a fervida amizade
De quem amo e a quem dei o coração!

Porto Alegre, 21-8-1910.

terça-feira, 1 de maio de 2012

Italianos no RS: os Viero



Italianos no RS: os Viero

autoria de Diego de Leão Pufal


[acréscimos, dúvidas e correções escreva para diegopufal@gmail.com]

[Esta publicação pode ser utilizada pelo(a) interessado(a), desde que citada a fonte: PUFAL, Diego de Leão. Italianos no RS: os Vieroin blog Antigualhas, histórias e genealogia, disponível em http://pufal.blogspot.com.br/] 
[publicado em 1º/05/2012]
[atualizado em 27/5/2022]
***
A família Viero, a exemplo de outras italianas divulgadas neste blog, como os Sartori, Borsoi, Piva, Artioli, Giordani, Petuco, Colatto, Canova, viveram no 4º Distrito de Porto Alegre, onde ainda hoje alguns de seus descendentes permanecem.
Em razão das relações de compadrio, verifica-se que a maior parte das famílias italianas ali fixadas possuía certa relação de amizade, afora os negócios que muitas vezes se associavam e a circunstância de serem muitas vezes vizinhos.
Além disso, muitos dos imigrantes italianos radicados em Porto Alegre tinham um ponto em comum, fosse o local de origem na Itália, fosse o fato de terem emigrado juntos, fossem os casamentos entre os filhos e netos das primeiras famílias ali radicadas.
Com este ramo da família Viero não foi diferente, apesar de outros terem migrado para o Brasil, estabelecendo-se nas colônias do interior do Estado, os quais não serão abordados na presente pesquisa.
Abaixo, o que consegui descobrir da descendência do casal Virgínio Viero e Ana Cagliori, limitando-se aos seus netos:

1. Virgínio Viero, nasceu em 1836 em Maróstica ou Vicenza, Vicenza, Itália e faleceu a 25/10/1896 em Porto Alegre/RS, aos 60 anos de idade, casado, de abscesso no fígado.
Registro de óbito de "Viero Virginio", de 1896.
[Livro 2º, pág. 27, da Igreja de Nossa Senhora da Conceição, Porto Alegre - AHCMPA]
Na Itália, Virgínio casou-se com Ana Cagliori, nascida a 14/10/1849, Maróstica, Vicenza, Itália, e falecida a 20/02/1930 em Porto Alegre, tendo sido sepultada no cemitério da Santa Casa, onde ainda existe o seu túmulo.
Ana Cagliori Viero
[cemitério da Santa Casa
de Porto Alegre]
As pesquisas indicam que Virginio, a esposa e os três filhos emigraram para o Brasil no ano de 1888, como se extrai da justificação de idade promovida pela filha, Catarina Viero, em 20.08.1889, quando declarou ter saído de sua pátria há um ano pouco mais ou menos, em companhia de seus pais, com 15 anos de idade (AHCMPA, proc. 12/1889).
Virgínio e esposa tiveram, ao menos, três filhos:
2.1 Giuseppe Viero (Bepi), no Brasil: José Viero, nascido a 27/06/1872 em Vicenza (não se conseguiu apurar se nasceu na cidade de Vicenza ou na província de Vicenza ou em Maróstica, a exemplo de sua irmã Catterina) e falecido a 12/07/1949 em Porto Alegre, onde foi sepultado (cemitério da Santa Casa). Casou possivelmente em Porto Alegre com Venuta Berton (às vezes Bertão), (segundo o neto Luiz Alberto Rossi o nome de Venuta era Emília, sendo aquele seu apelido, embora na documentação consultada não apareça), nascida a 28/05/1877 em Vicenza, Itália e falecida a 11/09/1972 em Porto Alegre, filha de Ângelo Bertron e Rosa.
Giuseppe Viero
(cemitério da Santa Casa)
Em 1907 o casal Giuseppe e Venuta residiam na Rua do Parque. De seu casamento foram encontrados onze filhos, cujos nomes seguem:
3.1 Ângelo/Angelino Viero, n. cerca de 1898, Porto Alegre, onde casou a 28/04/1917, na igreja de N. Sra. dos Navegantes, com Ernesta Stefane, nascida no RS, filha de João Stefane e Elisa. Pais, ao menos, de: Beatriz Viero, nascida em Porto Alegre.
3.2 Virgínia Viero, n. cerca de 1899, talvez em Porto Alegre, onde  a 13/02/1915, na igreja de N. Sra. dos Navegantes, casou com Carlos Decorato, nascido na Itália, filho de Servino Decorato e Ângela.
3.3 Olinto Giuseppe Viero, batizado a 04/02/1900, com cinco meses de idade, na igreja de N. Sra. dos Navegantes, em Porto Alegre, onde casou com Clementina Smania.
Venuta Bertan Viero
(cemitério da Santa Casa)
3.4 Rosa Viero (Rosina), n. 20/04/1901, Porto Alegre, bat. 21/07/1901 na igreja de N. Sra. da Conceição. Casou em Porto Alegre com Antônio Zugno Rossi, filho de Francisco Rossi e Catarina Zugno. Rosa e Eugênio são avós de Luiz Alberto Rossi, pesquisador da família e do autor do livro Andanças (2017).
3.5 Cândida Maria Viero, nascida a 07/10/1902 em Porto Alegre, onde faleceu solteira.
3.6 Virgínio Viero, nascido a 03/06/1904, em Porto Alegre.
3.7 João Luiz Viero (Joanim), nascido a 03/01/1907, Porto Alegre. Foi casado com Olívia e depois com Juessy.
3.8 Pedro Carlos Viero (Pereto), nascido a 26/04/1908, Porto Alegre, onde faleceu. Casou com Helena Iablonowski.
3.9 Tarquínio Antônio Viero, nascido a 16/05/1910 em Porto Alegre, onde foi batizado a 29/07/1910 na igreja de N. Sra dos Navegantes. Faleceu a 09/10/1991 em Porto Alegre, onde casou com Corina Gonçalves Doayib, deixando descendência.
Registro de batismo de Tarquínio Antônio Viero
Porto Alegre, 29/07/1910
[Livro 5º, pág. 2v, da igreja de N. Sra. dos Navegantes, AHCMPA]
3.10 Carlos Vicente Viero, nascido a 04/11/1911 em Porto Alegre.
3.11 Fernando Viero, nascido a 27/12/1912, Porto Alegre, onde fal. 21/08/2002. 
2.2 Catterina Viero, nascida em 1874, Maróstica, Vicenza, Itália. A 04/09/1889, na Igreja de Nossa Senhora da Conceição, casou-se com Alessandro Colatto (ou Alexandre Colatti), nascido em 1864/1865, na Província de Verona, Itália, e falecido depois de fevereiro de 1925, filho de Francesco Colatto (antepassado de Diego de Leão Pufal, citado em http://pufal.blogspot.com.br/search/label/Scorcioni) e Thereza Bernardelli. Ao que parece, em 1898 Catterina já não mais viva com Alessandro, pois neste ano ele já estava com sua segunda companheira, a russa Julie Fecchim (sic), batizando uma filha em Porto Alegre, enquanto que em 1902 Catarina Viero já estava unida com Marco Bertan, filho de Angelo Bertan e Rosa ou Clara Maria, ambos italianos. Catarina e Marco tiveram, ao menos, dois filhos: Virgílio Ângelo Bertan, n. 15/4/1902 em Porto Alegre e Clara Maria Bertan, n. 26-12-1904 em Porto Alegre. 

Registro de casamento de Alessandro Colatto e Catterina Viero,
ocorrido em 1889 em Porto Alegre.
Abaixo do registro consta a assinatura de Catterina.
[Livro 1º de casamentos, pág. 5 e verso, da igreja de N. Sra. da
Conceição, AHCMPA]
2.3 Anna Viero, nascida em Maróstica, Vicenza, Itália. Sem mais notícias.

Fontes:
- Arquivo Histórico da Cúria Metropolitana de Porto Alegre (AHCMPA): livros de casamentos e óbito da Igreja N. Sra. da Conceição; justificação de idade, livro de batismos das igrejas de N. Sra. dos Navegantes e São João Batista.
- Cemitério da Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre.

- ROSSI, Luiz Alberto. Andanças. Porto Alegre: edição do autor, 2017.